UM SÍTIO...

UM SÍTIO - onde nos encontramos... a começar por nós, que nos encontrámos

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

nos olhos do nosso gato


Poema do Desamor
(como conta/canta o Alexandre O’Neil?) 

Desmama-te desanca-te desbunda-te
Não se pode morar nos olhos de um gato

Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato

Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato

Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato

Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato

Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato

Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato

Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos de um gato

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Ou como tão bem (em tão cru e  belo português) a Ana Margarida de Carvalho nos (d)escreve o desamor e tudo começa por dizer ao escolher para título do seu livro o verso-mote Não se pode morar nos olhos de um gato?

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NÃO !!!

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Eu leio um poema de amor nesta tua foto dos olhos (curiosos) do nosso gato, e trago dois versos “cucos” como legenda:

Pede festa protesta desaparece reaparece

Quanto amor pode morar nos olhos do nosso gato!

sábado, 21 de maio de 2016

aNINHando-se
















O nosso companheirinho (como tu lhe chamas) em malabarismos circentes para se aninhar num dos muitos ninhos espalhados pelo nosso/dele espaço. 
Talvez hesitante... porque está velhote (e não só ele!) e já nada é tão fácil como sempre foi. Bolas!


apanhaste-o com engenho e arte 

As mãos, as flores, a parede de pedra


fotografando enquanto jardinam

ou

jardinando enquanto fotografam


…mereciam música!

terça-feira, 5 de abril de 2016

A casa, os caminhos, o céu. Nossos.



Ao princípio, era a casa, o quarto onde o homem nasceu. De que se vê a janela. 
Depois, o  homem e a casa  cresceram a par e passo, ou seja, de visita em visita, segundo a posse ou as posses. E assim foi sendo, até à não realização do tão querido e pouco ditode viver e morrer onde nascera. Mas que outro – o filho –  vai cumprindo. Acompanhado.  Em canto nosso.
Agora, agora mesmo quando a máquina disparou, é isto. Este ângulo que é o da chegada. Onde falta uma amendoeira que uma camioneta arrancou. Com a sebe por alindar (será preciso ou mantemo-la despenteada?...).
A cara do que está la atrás. Do que nos espera.
Esta é a panorâmica da chegada. Que se quer sempre acolhedora. Para todos. Mas que o céu, por vezes (tantas vezes…) parece ameaçar Como agora, dando este céu e esta cor ao retrato.

E a placa toponímica com o nome do homem que ali nasceu e ali quereria ter vivido uns dias, uns meses, uns anos. Antes de ali morrer. A placa meio escondida. Marcando a diferença, a fronteira entre o asfalto e a terra batida (mas quem o mandou ter este filho com estas cismas?!). Como que dizendo não vão por aí. Mas nós vamos. A pé e de cabeça levantada.

segunda-feira, 14 de março de 2016

FOTOGATARIA

O MAIS FOTOGRAFADO


Brilho e sombra. Argúcia e astúcia.
Ternura e distância.
Personalidade e carinho.
Afecto residente... não de presidente J

Ele, o nosso gato – Nós, a família dele

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

cantos e recantos


E desta vez?... que fotografar, ter-se-ia perguntado ela...
A janela que espreita?
A sombra do guarda-sol ainda útil no inverno adentro (quase a ir-se embora... já está tudo em botão!)?
Os vasos que acamam o Mounty no leito fofo de flores e plantas quando outros estão (demasiado) molhados?
As abóboras para que não temos um Aquilino que as ponha no telhado?
A porta tão-só decorativa e de braço dado estratégico para o recurso pronto a guarda-chuva?
Ou (sim... talvez sim!) a fotógrafa a fotografar a sua sombra a fotografar um reCANTO da casa, neste jogo de espelhos (de cantos e recantos nossos) que é a nossa casa. Para ser fotografia e ensaio e experiência e escrita.

Não importa!
É o  que ela quis que fosse para eu escrever o que eu quis escrever. E assim foi fotografado, e aqui fica escrito!