PÁSSAROS, PASSARINHOS E PASSAROCOS
O nosso espaço, ou
co-domínio, não é apenas nosso, não é só dos dois humanos que nele co-habitam.
Depois de ter sido
partilhado, em regime de verdadeira co-vivência, com um gato cuja memória não
se apaga, antes se aviva em cada recanto do espaço, em cada rotina em que ele-o-Mounti
tão dentro de nós ficou e tanto nos falta. Esse espaço foi sendo transformado
em também espaço zoo-aviário.
O processo criador deste
nosso sentimento de nova co-habitação tem sido lento, ou lentamente dele nos fomos
apercebendo ou tomámos consciência.
Para a criação desse novo
estado fomos contribuindo. Não contra vontade mas involuntariamente. Nós e o Mounti...
Este, ao ir perdendo o pendor predador, apaziguado como em tudo que o tempo nos
leva; nós, os humanos, ao começar por colocar uma pequena travessa redonda de
barro para ao Mounti servir de bebedouro de fácil acesso… a acrescentar a
outros bebedouros espalhados pelo co-domínio sob telha.
Os visitantes alados (e
azados) começaram a descer dos céus[1]
e por serem “uma graça”. Foram tornando-se uma companhia. Uma companhia?...
muitas!, porque as visitas são muitas, multiplicadas por pássaros, passarinhos,
passarocos.
De várias espécies. Sem incluir
passarões! Mas tantos que nos vimos forçados, naturalmente, a ampliar o espaço
com mais uma (e maior) travessa de barro. Das quais os pássaros, passarinhos,
passarocos se servem como bebedouro, de piscina, para lazer.
Eles aterram, por
heli/aerotransporte incorporado, beberricam, espanejam-se, brincam e levantam
voo. Alguns voltam quase logo num frenético vai-vem. Todos graciosos, uns mais
nervosos, outros pachorrentos, um mais corpulento em verdadeiro banho de
imersão.
Pássaros, passarinhos,
passarocos. Às dúzias. De várias espécies e diferentes tamanhos em escala reduzida.
Dos pardalitos (ou mais pequenos) aos melros. Nada de passarões. Talvez por
isso, alguma agitação mas natural disciplina e hierarquia, sobretudo no caso de
“famílias” descendo de ninhos vizinhos. Todos no desfrute do espaço, sem visível
agressividade ou violência. E nós espectadores. Encantados!
Boas companhias ou bons
companheiros.
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Continuando a construir o Canto Nosso e o nosso canto!
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