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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

nos olhos do nosso gato


Poema do Desamor
(como conta/canta o Alexandre O’Neil?) 

Desmama-te desanca-te desbunda-te
Não se pode morar nos olhos de um gato

Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato

Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato

Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato

Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato

Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato

Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato

Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos de um gato

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Ou como tão bem (em tão cru e  belo português) a Ana Margarida de Carvalho nos (d)escreve o desamor e tudo começa por dizer ao escolher para título do seu livro o verso-mote Não se pode morar nos olhos de um gato?

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NÃO !!!

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Eu leio um poema de amor nesta tua foto dos olhos (curiosos) do nosso gato, e trago dois versos “cucos” como legenda:

Pede festa protesta desaparece reaparece

Quanto amor pode morar nos olhos do nosso gato!

2 comentários:

  1. Verdade! Nos olhos do nosso gato, para além do amor, mora o jardim, a casa e moramos nós!

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